A Trombose é uma interrupção do fluxo sanguíneo causado mais frequentemente por um coágulo, que atua como uma “rolha de sangue”.
É uma possível complicação de qualquer procedimento cirúrgico.
Mas ela não acontece somente após cirurgias, também pode aparecer após longas viagens em que se fique sentado durante muitas horas, durante a gravidez ou associada a algumas doenças ou a fatores genéticos.
Apesar de muito rara, é importante explicarmos sobre ela aqui, para que o paciente entenda o objetivo de alguns cuidados que teremos no intra e pós-operatório para evitá-la.
Quando uma pessoa fica muito tempo sem se movimentar, principalmente sem mover as pernas, a circulação sanguínea se torna mais lenta e as hemácias do sangue podem se unir.
Várias hemácias juntas formam um coágulo, que dentro de uma veia é chamado de trombo. Ele pode ocorrer nas veias de qualquer parte do corpo, mas é mais comum nas pernas, especialmente nas panturrilhas.
• QUAL A RELAÇĀO ENTRE CIRURGIA PLÁSTICA E TROMBOSE?
Parece estranho quando realizamos cirurgias nas mamas, abdome, face e nos preocupamos com as pernas do paciente, não é?
Acontece que, durante a realização de qualquer cirurgia que necessite de uma anestesia, seja ela raquidiana, peridural ou geral, o paciente adormece e fica imóvel. Enquanto as pernas estiverem paradas, poderá ocorrer a formação de trombos, mais comumente na região das panturrilhas.
• QUAIS SĀO OS RISCOS DE UM TROMBO?
Ele obstrui a passagem de sangue nas veias, como uma “rolha”, causando uma Trombose Venosa Profunda (TVP). Quando ela está presente, pode levar a sintomas de dor nas panturrilhas e inchaço do local; mas também pode ser totalmente assintomática.
O tratamento consiste no uso de anticoagulantes para dissolver esse trombo e permitir a circulação normal do sangue.
Se a TVP não for tratada no tempo certo, um pedaço do trombo poderá se soltar e ser levado pela corrente sanguínea até os pulmões, esse quadro é chamado de Tromboembolismo Pulmonar (TEP), ou Embolia Pulmonar. Nesse caso, o paciente irá se queixar de falta de ar, dores torácicas e tosse.
O tratamento também consiste no uso de anticoagulantes para dissolver o trombo que estará nos pulmões e restabelecer a circulação sanguínea da região.
• COMO EVITAR A FORMAÇĀO DO TROMBO?
Sempre realizamos medidas que evitam a formação do trombo para todas as nossas cirurgias. Para isso, tomamos os seguintes cuidados dependendo do tempo e porte da cirurgia:
• USO DE COMPRESSOR PNEUMÁTICO INTERMITENTE:
São “botas” que a cada 2 minutos se enchem de ar e comprimem a região da panturrilha. Funcionam como massageadores das pernas que simulam a musculatura durante a movimentação.
Esses compressores serão utilizados durante toda a cirurgia e permanecerão com o paciente na recuperação da anestesia e no quarto do hospital, até o horário da alta.
• USO DE MEIAS COMPRESSIVAS:
Orientamos os pacientes a utilizá-la após cirurgia de maior porte. Seu uso é feito durante 7 dias.
São meias de média compressão, comprimento 7/8 (até as coxas) e específicas para procedimentos cirúrgicos. A compressão da musculatura da panturrilha ajuda a manter a pressão no local como se estivéssemos nos movimentando.
• USO DE CLEXANE:
Para cirurgias que durarem mais de 3 horas, receitaremos a Heparina de Baixo Peso Molecular, o Clexane, em doses profiláticas. Ele é aplicado por uma injeção com agulha finíssima, como a insulina. O Clexane tem o objetivo de “afinar” o sangue e impedir a formação de trombos.
• DEAMBULAÇĀO PRECOCE:
Orientamos a importância de não ficar longos períodos parado em casa. Os pequenos movimentos como mudanças de posição e pequenas caminhadas pela casa ajudam na movimentação da panturrilha e impedem que o sangue fique “acumulado” nas pernas.
• HIDRATAÇĀO:
Tomar bastante água e manter-se sempre hidratado também é uma importante recomendação. 2 a 3 litros de água diariamente ajudarão o seu sangue a ficar sempre na densidade normal e reduzirão os riscos de uma trombose.
Um bom sinal de hidratação é quando a urina está clara, quase transparente.